quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

"Feliz 2009-ops-2010!"

Hoje, ao entrar no elevador, o porteiro me desejou "Feliz 2009-ops-2010!".

"2009 foi mesmo feliz!" respondi.

E não é que foi?
Não posso dizer que foi perfeito, que tudo aconteceu como eu queria, e que já me dou por satisfeita se a vida seguir esse ritmo. Pelo contrario, o ano começou de forma inesperada, e só me surpreendeu cada vez mais, se eu contasse o que iria acontecer para a Sara-de-31-de-dezembro-passado ela não acreditaria.

E só isso que eu peço para cada novo ano que vier: me surpreenda, me faça descobrir que gosto de coisas antes não imaginadas e que a vida não tem de ser exatamente como eu tinha planejado.

E nesse sentido 2010 já promete! Ah se promete!



Já eu, meu bem... eu não lhe prometo nada!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Don't Wanna Grow Up

Onde você se vê com 30 anos?

Não sei, meus planos para o futuro nunca foram além da faculdade, não os de verdade.
E agora abro o meu histórico e vejo que já tenho concluídos 80% do curso, 80% em cinco semestre, ou seja, me formo no final do ano que vem, em apenas três anos e meio de graduação, um semestre antes do previsto formalmente, e basicamente três anos e meio antes dos meus planos iniciais.
O plano inicial era ficar na faculdade até praticamente jubilar, aproveitar ao máximo esse ultimo tempo de vida na Terra do Nunca, antes de ter de partir para a vida adulta de verdade.
Com o tempo fui caindo na real que isso seria um tanto de desperdício de tempo, e fui percebendo que meu PAItrocinio não me manteria eternamente.
Mas isso não me impede de me espantar e me desesperar diante dessa realidade tão explicita: até o final desse ano terei de ter concluído minha monografia, estarei estudando para o mestrado e terei de melhorar em muito meu inglês (sem contar também o português escrito, maldita língua nativa!)
E isso tudo esta tendo de ser encarado logo no final desde ano de 2009, em que aproveitei realmente a universidade, consegui uma independência maior do que nunca e me senti vivendo minha vida de verdade. Eu não quero que isso acabe, não quero passar o próximo ano com gostinho de despedida, apesar de surtar e reclamar a cada trabalho absurdo que tenho de entregar, a cada final de semestre, amo demais a faculdade, tanto a ponto que meu primeiro impulso é pensar em prestar vestibular novamente, só para continuar sendo universitária.
Tudo bem, o plano agora é seguir para o mestrado, depois doutorado e ,se tudo isso der certo, seguir carreira como professora universitária, ou seja, arrumar meu jeitinho de ficar na universidade para sempre.

Mas não é a mesma coisa...não é.
Aaah! Não é mesmo!


Para ler ouvindo Don't Wanna Grow Up.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sobre o simples e o complexo.

Fico toda inquieta e ansiosa por ter de tomar decisões dificies e complexas, como se todo minha vida dependesse daquilo.

Já para as pessoas que estavam naquele onibus que "abraçou" uma árvore hoje de manhã a única decisão que importou foi decidir sentar na parte da frente ou na de trás do onibus.

Simples assim.



PS: escrevi o original desse texto na folha de instruções para os fiscais de prova do vestibular da UFF, enquanto fiscalizava a prova. Dobrei a folha e entreguei para a organização junto com o pacote das provas. Parabéns, Sara.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Desespero e confusão

Não que eu já não tenha experiência o suficiente para saber que todo final de semestre é assim, mas isso não quer dizer que consiga me preparar de forma a minimizar o desespero. Sempre parece um momento decisivo em que o que eu decidir fazer irá repercutir longamente na minha vida.
Os trabalhos estão todos atrasados e acumulados, chego a duvidar se tenho capacidade de resolver a todos, tenho de decidir que entro em um novo projeto, continuo em um antigo e mudo o tema de outro. Tudo tem seu lado bom e seu lado ruim, escolher nunca é fácil.
Meu estômago dói a dias, iniciei um processo de redução de vicio em descongestionantes nasais substituindo cada vez por um mais fraco, o problema é que os mais fracos não funcionam e sinto meu rosto inteiro congestionado pela sinusite.
Não consegui o emprego que estava contando para o fim de ano, logo todos os planos feitos estão em suspenso.
Minha vida familiar continua um caos, amor e ódio é simplista demais para definir tudo isso, minha relação com Caraguá esta cada vez mais distante e eu não sei se quero reatar, to com saudades de casa, mas sei que irei mata-la em 5 dias, e depois disso será um horror.
Minha vida sentimental como sempre esta completamente virada, não sei o que fazer, parece que nada esta nas minhas mão de modo a que possa controlar, é como se tudo dependesse dos outros, e eu só devesse sentar e esperar. Mas eu não sou do tipo paciente que espera.

São tantas as coisas que eu deveria estar fazendo que simplesmente estagno e não faço nada.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Nando e meus porques.

"É bom olhar pra trás e admirar a vida que soubemos fazer
É bom olhar pra frente, é bom nunca é igual
Olhar, beijar e ouvir, cantar um novo dia nascendo
...
Foi bom se apaixonar, foi bom, e é bom, e o que será?
Por pensar demais eu preferi não pensar demais
dessa vez.."

Dessa Vez - Nando Reis


Porque sexta eu estava na Pista 3 (logo lá!)e tocou essa musica (DJ no meu subconsciente, oi?).
Porque, sem pensar nos pesares, agora eu olho para trás e consigo admirar a vida que eu soube fazer.

E porque eu preferi não pensar demais dessa vez.

domingo, 18 de outubro de 2009

Procura-se bom-senso:


Visto pela ultima vez amarrado na ponta de uma linha, também desaparecida.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Em um Agosto atrás.

Lábios se tocam pela primeira vez, "eu quis fazer isso a noite toda", ele diz, eu penso.
Nossas bocas se unem outra vez,e outra, e outra...Diversos graus de intensidade, horas a fio, estar em outro lugar parece inconcebível.
Olhos nos olhos tentam decifrar quem é esse outro. Boca na boca, até meus lábios incharem, seu maxilar estalar, nosso fôlego faltar e, por fim, sermos mandados embora, pelos outros, pela hora, e por nossos estomagos, única parte do nosso corpo que egoistamente conspira para não nos manter juntos.

domingo, 20 de setembro de 2009

Em orbitação.

As vezes, ao se estar em um local com diversas pessoas, apesar de toda a pluralidade, ocorre uma ligação, como que um fio invisível que nos liga ao nosso "ponto de interesse", que pode ser completamente distinto do das demais pessoas. Ou seja, em um mesmo lugar existem inúmeros fios, ligando pessoas das formas mais diversas e inimagináveis.

Disso surge o que eu tenho chamado de "orbitação": o ponto de interesse se torna um centro de gravidade ao redor do qual efetuamos todas as nossas ações, sem conseguirmos nos livrar de tal campo gravitacional.

No processo sistémico todos orbitam ao redor de algo: as luas ao redor dos planetas, estes em torno das estrelas, etc. Porem se percebe que entre estes orbitadores há grandes diferenças de grau.

Acredito que a principio somos todos pequenas e insignificantes luas, mas a maioria deseja possuir também grande poder gravitacional. Se não é possível ser estrela - ou ser das pessoas desejadas - sejamos ao menos uma lua perdida, que foge de sua órbita e ambiciona a condição de planeta, mesmo que seja um planetinha bastardo como Plutão.


(caracá, esse ficou muito ruim)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

No caminho

De noitinha, voltando para a casa, me deparo com um homem de meia idade, negro, mocassins marrons, camisa da seleção, jeito bebado, sentado na calçada, olhando um livro:
(Murmura) - Socialismo, comunismo...
(Me nota) - Marx não é só comunismo não, viu!? Não é só comunismo não...!
Você conhece Karl Marx?
- Conheeeço.
- Qual é o seu partido?
- Ahnn... eu sou independente.
- PT! PT! Lula-Brasil, Lula-Brasil!!!

Apertamos as mãos e vou embora.
Um cara que diz que Marx não é só comunismo merecia até um abraço.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Um mundo embaixo da cama.

Agora mesmo, embaixo da minha cama, tem um monte de coisa que não faço idéia, e tenho medo de descobrir o que é.

Provavelmente: aqueles um pé de meia que nunca acho o par, texto da faculdade, flyer de propaganda e festas de meses atrás, prendedores de cabelo mil, um colchão inflável pego emprestado da amiga para acampar nas ferias e ainda não devolvido, sandália, um colchonete, roupas, escova de cabelo, caixa de sapato com a bota que a vó comprou no brechó e, obviamente, muita poeira, papel de bala e lenços de papel.

Tô cogitando dar uma olhadinha para ver se encontro minha blusinha azul-marinho quase nova que sumiu a meses...

Mas, e o monstro?
O tal Monstro-de-Debaixo-da-Cama?
Foi embora por falta de espaço...
(saudades do monstro...)


Ps: Esse foi o primeiro “novidade antiga”, começando de forma tímida.

Ps2: Meses depois devolvi o colchão da Aline, achei a tal blusa azul, embaixo de outra cama tão caótica quanto, a da minha irmã, e limpei aí em baixo umas duas vezes.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Justificativas, novidades antigas e cara de pau.

Pois é, ultimo post aqui já tem quase um mês.
(comoassim)

Para tudo há justificativas: férias, vida corrida, computador surtado, mudança vai-não-vai, trabalho.
Depois de uma brevíssima temporada em Caraguá, do tipo que quebrou muita coisa e vínculos, voltei a Nity, trabalhei na SBS, não mandei até agora o resultado do trabalho devido ao piti do PC, iniciei meu trabalho de campo em Antropologia quase que como um mergulho em plena Baía de Guanabara, vi minha conta bancaria tender a zero, senti o coração bater mais forte e mais fraco, tive vontade de sair correndo de onde não posso, recebi minha primeira bolsa de IC, fui infantil, tentei me mudar de casa duas vezes sem êxito, e espero que enfim amanhã dê tudo certo, já está mais do que na hora de encerrar esse periodo de vida em stand by.
Percebesse que quase não tive férias, então, após o piti inicial, até que estou feliz de a tal H1N1 estar me propiciando um tempinho para respirar e botar as coisas em dia.
Discreta e resumidamente, foi isso.

A "novidade antiga" desde blog é que estou inaugurando uma nova tag, justamente com esse nome (que não ia ter esse nome até que saiu escrito agora, seria algo como "no baú", ou coisa assim)
Ao encaixotar as coisas para a mudança encontrei em finais de cadernos e folhas soltas alguns textos, escritos em desabafo, relacionados ao momento em que foram escritos, e que não coloquei aqui por serem muito reveladores, demasiadamente bobos, ou por achar que não valiam a pena, mas que agora tirados de seus contextos e olhados a distancia até que dá para encarar, e portanto iram param nesta nova tag.

Sim, fiquei quase um mês sem postar para vir dizer que colocarei textos escritos a meses.
Sim, eu sei que é muita cara de pau da minha parte.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sessão dupla III

Dia de sessão dupla no CineArteUFF novamente.

Desta vez fui sozinha e caminhando até Icaraí, com a estranha e pacificadora sensação de que talvez Niterói esteja se tornando, pelo menos um pouco, a minha cidade. Sensação confirmada ao chegar a praia de Icaraí, e me deparar com a familiar visão do mar batendo na areia, que me remeteu direto ao meu canto solitário favorito em Caraguá, e encheu meu coração.


Não sei se estou num clima de TPM tardia, mas os dois filmes me tocaram muito e chorei nos dois (vantagens do cine solitário, a desvantagem é que sempre algum casalzinho se senta perto de mim).



Primeiro,
A Garota Ideal

O filme conta a historia de um rapaz solitário que se apaixona por uma boneca inflável. Olhando essa sinopse imaginei uma comedia meio pastelão, cheias de cenas patéticas em que um nerd panaca tenta comer a tal boneca inflável.

Mas não, o filme é um dos mais doces e meigos que já vi nos últimos tempos, o amor dele é completamente puro, acredita que ela é uma garota de verdade, cria uma historia para a “moça”, leva ela pra conhecer a família, em festas, etc e não a toca com conotação sexual: ela é uma moça de família, e ele respeita isso.

Se para ele ela é a moça perfeita já para a família e para a pequena comunidade em que vive é mais difícil aceitar o fato, boa parte da trama é sobre como as pessoas passam a aceitá-la porque quererem o bem dele, e de como ela se incorpora na vida

local, se tornando algo exterior a ele.

Além de tudo tem cenas impagáveis, de realmente rolar de rir, seja pela doçura, pelo inusitado ou pelo espanto.


Depois, Jean Charles


Bom, esse todo mundo já deve ter ouvido falar, neh?

A historia de Jean Charles de Menezes (interpretado por Selton Mello), mineiro imigrante brasileiro em Londres, que foi confundido com muçulmano e assassinado pela Scotland Yard no metrô londrino, durante uma operação antiterrorismo (como se o fato de ser muçulmano justificasse algo...).

A vida de uma pessoa comum marcada por um fato fora do comum: podia resultar num filme muito ruim, ou muito bom. Conseguiu ser o segundo, com certeza.

Jean Charles é apresentado como o tipo de protagonista que você consegue gostar, tem um pouco a coisa do herói sem nenhum caráter, um jeitinho malandro brasileiro, mas também é super gente boa, família, e ajuda a todos, de tal forma que você fica torcendo que ele não se estrepe em meio as suas falcatruas, que na verdade são apenas meios de se virar.

De coadjuvantes ficam seus primos, a mais nova que acabou de chegar do Brasil e faz, digamos, a segunda protagonista, o primo que é uma figuraça completa, cheio da gíria, estouradinho, mas que faz a melhor analise dos atentados terroristas apresenta no filme e no final dá uma tirada formidável nas autoridades britânicas, e mais uma prima, que fica por ali de coadjuvante dos coadjuvantes.

Mostra a comunidade brasileira em Londres, como vivem, em que trabalham, a relação de identificação apenas pelo fato de ser do mesmo pais. Tem muitos que são peões de obra, as mulheres que trabalham vendendo comida, as prostitutas, o cara que se deu bem, o garoto que sai do interior para se assumir...

O fantástico do filme é dar a esse figura cuja o nome já soa familiar uma vida e uma personalidade, ele não apareceu naquele metrô do nada, era uma pessoa que viveu como todos vivemos em nossos microcosmos, e que de repente foi englobado pelo cosmo maior, global. Serve de lembrete para a importância da política: mesmo que não nos importemos ela pode nos pegar.

E obviamente serve de lembrete para a injustiça cometida e nunca punida. Fato que atentar para isso e exigir justiça é a intenção do filme, ao fazê-lo contou-se uma bela historia, que certamente sensibilizará muitos, e estou torcendo para que surta efeito.

Só achei que faltou colocar no final a foto do proprio Jean Charles, então coloco eu: abaixo, fotografia do memorial a ele em Londres.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Exibicionismo virtual.

Terça de manhã, sem ter o que fazer, considero a hipótese de criar um Twitter.
Cinco minutos depois, tá feito.
Era o tipo de coisa que sabia que iria acontecer, só não sabia quando, na hora que veio a idéia não tinha mais no que refletir, bastava fazê-lo.

Depois me perguntam: “Para que afinal serve esse Twitter?”
Não sei.
Mas começo a refletir sobre todo esse meu exibicionismo virtual.

Deixando claro: não faço stripper via webcam nem nada (alias, nem possuo uma webcam), mas um pessoa que possui Orkut (e sem trancar fotos), Fotolog, Blog, Flickr, um insipiente Facebook e agora Twitter não pode ser considerada do tipo reservada, não é?
Bem, até pode, tudo depende de como esses meios serão usados.
Não acho que os use da forma mais discreta, mas também não me explano totalmente, mas em todos eles a idéia é mostrar (logo, exibir) como eu sou.

Penso que funciona como uma certa troca: acompanho a vida de tantos via Internet que parece injusto não devolver nada.
Também acho interessante que alguém possa olhar aqui e se surpreender, encontrando uma pessoa diferente da que esperava (para melhor ou para pior). Supondo, é claro, que alguém possa se interessar pelo que penso/vivo/escrevo/vejo.

Mas a troca também acontece internamente, desenvolver um texto, escolher uma foto, tudo passava por uma auto-idéia que faço de mim mesma, e que se retroalimenta no processo.
Tudo nesse registro virtual fica como memória para tempos futuros, imagino se voltar a esse blog daqui a alguns anos (espero que o blogspot permita, neh) não terá a mesma sensação de encontrar um diário antigo dentro de uma caixa de mudança esquecida.
Acabo de ter a bizarra visão de meus filhos na frente de um computador super-moderno gritando “Meldeos!! MANHÊÊ! Tô chocado.” -> perceba que imagino meus filhos com trejeitos um tanto quanto gays (imagina eles lendo isso! kkk)

É isso, não bastava pensar sobre essa questão, tinha de exibi-la. :P

Ps: Obvio que não estou criticando ninguém, nem chamando a todos de exibicionistas virtuais, afinal, quem sou eu para atirar a primeira pedra?. Como já dizia o mestre, que bem que poderia ser meu pai, “viver e deixar viver”.

Ps2: Esquecendo o obvio: www.twitter.com/Sara_S2, follow me, hehehe

domingo, 12 de julho de 2009

"Não trepe na janela"

10/07 - Festa do Bigode - Hotel Paris

Adentramos, “Bien vinda ao Hotel Paris, chica!” diz Gabi.
Tomo um encontrão de um cara, que derruba quase meia cerveja o meu braço.
Nice, essa noite promete.

Na trilha sonora indo de o que ocupou boa parte do meu baú adolescente, musiquinhas pornográficas que por algum motivo pouco explicável inundavam as festinhas infantis nos anos 90, clássicas desse tipo de festa, até Tim Maia, Los Hermanos, Xuxa e uma animada quadrilha da galerinha que “só sai daqui quando o DJ também sair”.

Poucos espaço, muita gente, todo mundo meio doidão, seja de caipirinha à três reais, fumaças multicoloridas ou sei lá mais o que. A paixão autoconsuptiva e todas as formas de amor rolando soltas. Historias que tem tudo para virarem lendas urbanas (“não trepe na janela”). Novas tradições, e muitos “caracá!”, “que que eu fiz!?”, “meoldeos!” e “uhuuu!”.

Sobre as roupas portadoras de todo o dilema do post anterior duas situações.
(1) Um amigo me abraça pela cintura e percebo que ele esta sentindo sob a blusa a super-meia-calça-quase-que-sutian, não consigo me controlar e tenho de informá-lo “isso é uma meia, não uma calçola-super-grande, tá?”. ¬¬
(2) Conversas de fim de noite, Garoto 1 “ Que maneira essa sua blusa, cheia de corações, isso mostra que você é uma pessoa aberta ao amor (em estilo “pegael”)”. Garoto 2 “É...maneira. Onde você comprou? Sabe, acho que fui eu que desenhei essa blusa. Eu sou designer, sabe?”. O.o

Seis da manhã na Presidente Vargas, vendo a Candelária ainda iluminada com o fundo de um nascer do sol fantástico, e esperando o ônibus na faixa errada, até sermos informadas, por dois outros admiradores da paisagem também em fim de noite, que o onibus passava era do outro lado, no sentido contrario, “Olha lá, tá vindo um. Corre!”. Eles eram legais, não possuíram nomes, nunca mais os veremos.

É queridos, a noite prometeu, e cumpriu.
(E como!)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Pequenos-grandes dilemas de sexta a noite

Por que meia calça é um troço tão delicado de vestir? Mesmo eu tendo comprado a minha num tamanho gigante por engano (sempre jurei que era tamanho único) a parada é tão justa e fina que minhas unhas nada feitas são uma séria ameaça a desfiá-la.
Ok, meia calça a postos.
Por que logo depois de vesti-las a batata da perna cisma em coçar desesperadamente?
Olho no espelho a visão cômica de um ser apenas com meia-calça até a altura do umbigo, a estampa da calcinha através da transparência.
Bom, antes no umbigo do que marcando meu quadril.
O short preto? Não, a meia já é muito escura. O jeans então.
Cadê a blusa nova?
Será que vão notar que minha blusa é da Leader?
Tipo, se alguém notar é porque entrou na Leader, então foda-se.
Será que alguém vai notar que minha blusa é da Leader, o short é da C&A e a meia é da Renner??
As chances de dar de cara com outra menina com a mesma blusa são tipo 10%, e convenhamos que essa é uma porcentagem muito grande, no que se refere ao pé no saco que é uma pessoa vestida igual você.
Pior, e se a blusa ficar melhor nela? Tomara que seja gorda.
Mas pelo menos o sapato é da Melissa, talvez salve alguma coisa...
Calço os sapatos.
Acabam de bater o recorde de tempo para um sapato machucar meu pé. Fuck.
Decido tirar os sapatos e o short, para ver como fica com o short preto.
Não. Me meto no jeans de novo.
E se ao invés de sapatos for com o All Star?
Aff, pareço um palhaço.
Mas ficam absurdamente mais confortáveis. Afinal a idéia não é se acabar de dançar?
Calço as Melissas de novo.
Abro o armário para ver se por acaso uma blusa linda e maravilhosa não salta de lá de dentro...Nada.
Desencana, vou partir pro cabelo que logo a Bárbara passará aqui, e tenho de descobrir como me maquiar apenas com a luz do abajur, já que a do teto queimou.
Interessante também seria se eu soubesse onde está meu lápis preto.
Esperar a chapinha esquentar.
Nota: Não esquecê-la ligada, para variar. Incendiar a casa é o tipo de coisa que pode estragar a noite.
Bárbara ta vindo pra cá e trazendo Yakisoba para ela. Será que peço para trazer pra mim também? É bem a minha cara sujar a blusa de molho, deixa quieto.
Depois de cinco minutos esperando, descubro que a chapinha está desligada.
Nota: Desligar a chapinha DEPOIS de usá-la, não antes.
Engraçado, hoje o cabelo parece estar bom
Diferente da pele que,pra variar, está horrível. Ai ai, queria me maquiar com Photoshop!
Hum, passar a maquiagem no banheiro resolve o problema da luz. Mas não o das espinhas (é só base Sara, não milagre).
Assim que espalho o corretivo ao redor dos olhos e em cima das inúmeras espinhas, parecendo um panda pintado, simultaneamente a Bárbara chega no portão e o menino que mora comigo chega com mais dois outros desconhecidos. Tenho de sair do banheiro meio panda, meio borrada. E mesmo assim os nerds babões me olharam como se nunca tivessem visto mulher na vida (talvez seja verdade...), o que ajudou bastante a minha autoestima, muito obrigado.
Quilos de corretivo, base, pó, blush e rimel fazem parecer como se estivesse de cara limpa se não estiverem juntos com o lápis preto. Shit.
No claro o cabelo não parece mais grande coisa...
Pela primeira vez na vida uso um lápis marrom...
Bárbara esta me mostrando três blusas diferentes, indecisa.
Escolheu a preta.
Trocou pra branca...
Passou a maquiagem e agora está tirando.

É, somos todas iguais.

Beijos, não me esperem acordados.

(Na verdade, o cabelo tá horrível.)

sábado, 4 de julho de 2009

A resposta.

Nesse bar,
em meio a musicas, cervejas,
poemas e cigarros,
as cartas estão na mesa:
suas mentiras,
meus erros,
nossas imaturidades

Escondido em nossas mangas
o que nem eu
e nem você sabemos:
o porque de tudo isso.

Sem maiores motivos
só resta o de sempre:
"Boa noite,
bata o portão."


(prefiro o seu, poesia boemia não é a minha.)

Entre cervejas, DRs e poemas.

"Não recuse meu poema
Entre musicas e cigarros
O ilegivel é real ao coração

Como pernas entrelaçadas
A verdade se revela
Ao fim da noite

Não recuse meu convite
Tava presente desde o inicio
Sem Green Label
Não leia até entrega-lo.

Se o que eu quis dizer é real
Como a nota da avaliação
Não me deixe dizer tchau

O que eu não digo
é a fala mais amoral
No beijo calado
Há mais falas
Do que em mil sarais."



Você diz, eu finjo que acredito, e amanhã será apenas uma lembrança esfumaçada entre outras.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

"Q" filosófico?

É precisamente nas ultimas horas antes de a lâmpada queimar, e sua luz se extinguir completamente, que ela brilha com mais intensidade.


Tá, e você com isso?
Você eu não sei.
Eu, em breve, estarei no escuro.


(Mas pensando com generosidade até que isso tem um "Q" filosófico,vai...)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Sessão dupla II

Sábado novamente foi dia de sessão dupla no cinearte UFF, afinal como tenho trabalhos mil para entregar parece que minha mente diz: ah, sai de casa, perca uma meia dúzia de horas na rua, não ir ao cine desde quinta é muito tempo quando já estamos no sábado, você merece!



Primeiro, Budapeste.

Para minha sorte não fui esperando grande coisa, então consegui diminuir bastante o tombo. O filme não é de todo ruim, Budapeste é uma cidade linda, e a trama em volta da questão do reconhecimento da autoria é interessante: não basta ter para si mesmo que é bom, se ninguém lhe dá os parabéns não tem graça. Fora isso é bem pé no saco, o protagonista é aquele tipo que não te desperta nenhuma simpatia, mas também não é insuportável o bastante para ser divertido odiá-lo, ele é apenas um babaca, que, como tal, faz uma série de babaquices.


Depois, A bela Junie.

Um filme francês sobre o cotidiano de jovens em uma escola, basicamente seus amores e desamores, com a polemica de envolver relação professor-aluno, homossexualismo e suicídio. A personagem principal, como sugere o nome, é uma linda garota chamada Junie, que após a morte da mão, vai morar com os tios e estudar nesta escola, onde todos os garotos a disputam. Quando li isso na sinopse pensei logo que ia ser bem comedia romântica-clichê-adolescente, mas na real está mais para drama.

De contra apenas o fato de ter me lembrando imensamente Crepúsculo (quem viu o filme sabe que lembra-lo não é uma boa coisa): (1) todos são absurdamente brancos e com olheiras, que me pergunto se os maquiadores não eram os mesmos do filme de vapirinhos-teen, (2) o cara que se revela o grande amor de Junie guarda grandes semelhanças gritantes com o Edward/Cedrico, numa versão francesa, até na forma de atuar, a face paralisada tentando mostrar sei lá o que, (3) e, para completar as semelhanças, mostra um amor de tal forma intenso sem deixar claro como as coisas chegaram a tal nível de paixão.

Como personagem central gostei bastante da Junie (o Felipe odiou, rs), ela não é de forma alguma linear, por momentos você pensa que ela é super depressiva, afinal a mãe dela acaba de morrer, mas aí em outras horas essa impressão se quebra, ela é confusa e faz coisas que parecem contrarias ao que ela deu a entender que queria, e no final das contas se revela covarde, deixando passar a chance do que vê como o grande amor de sua vida, por medo de quebrar a cara. Enfim, uma personagem com a qual eu sou completamente capaz de me identificar!rs

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Emaranhado

Disseram que eu não dou ponto sem nó.

Pode até ser...


Para mim estou menos para um costura bem feita

e mais para um novelo de lã emaranhado,

do tipo em que não se sabe onde começa e termina,

nem onde se encontra o fio da meada.

sábado, 27 de junho de 2009

Madonna, não me decepcione.

O assunto do momento: Michael Jackson morreu.

Tenho que admitir que fiquei decepcionada: morrer de ataque cardiaco? O que aconteceu com os grandes escandalos, o morrer jovem, overdoses, suicídios e AIDS? Marcas de pessoas que viveram e extrapolaram a vida muito mais do que os humildes mortais que não possuem meios de cometer esses excessos, esses sim morrem de ataque cardiaco, e usam os grandes idolos para amenizar sua monotonia.

MJ tinha tantas potencialidades e oportunidades, poderia ter morrido de uma redução nasal drastica, que o impediria de respirar, ou então clarear tanto a ponto de se tornar invisivel, ou até mesmo de ataque cardico, com o atenuante de que este ocorresse ao "dividir"a cama com 11 menininhos...Sei lá, são tantas oportunidades. Mas não, ataque cardiaco. ¬¬

Madonna, não me decepcione.


PS: Tá, parece que a causa do ataque cardiaco ainda não foi divulgada, talvez ainda haja esperança, afinal ela é a ultima que morre, até mesmo depois do MJ.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sessão dupla

Aproveitando o feriadinho niteroiense, peguei sessão dupla no CineArteUFF.

Primeiro: Che.

Gostei bastante, fui temendo que fosse um filme para acabar com a imagem do Che ou endeusa-lo demais, mais não foi nem um nem outro, o filme mostra um Che durão e as vezes seco, porém fragil devido a asma, sempre correto, justo e sério com seus ideais. É interessante ver como foi a vida dos guerrilheiros, a importancia que era dada a educação dos que estavam lutando (diga-se de passagem isso é mais focado no filme do que o proprio treinamento militar, o que sugere a intenção de mostrar mais o “lado positivo”), a relação dos combatentes com os camponeses, que propriciaram o apoio popular para que a revoluçao desse certo (e sem o qual fracassou em diversos lugares). O filme também não deixa de fazer uma critica pesada aos EUA, mostrando-o como culpado de muitos problemas cubanos, porém mostra que a intenção não é uma filiação automatica com a URSS, mas sim construir um pais livre. Enfim, bem bacana, e a continuaçao vem por aí.


Depois, A Festa da Menina Morta

Te falar: foi a estrela da noite.

O tipo de filme que no começo você não entende nada, depois se pergunta que raios está fazendo ali, de repende rola uma puta sacada legal, então uma cena te choca, e outra, e outra... Acontece um dialogo-monologo muito bom, parece que fez sentido, mas então muda de novo, e então acaba.

No final você sente que não entendeu nada, as luzes acendem e as pessoas se levam para ir embora em completo silencio. Será que gostaram, será que não? Nem eu sei bem, mas fato que voltei para casa pensando nele, em toda a relidade tradicional rural brasileira mostrada e que foi responsavel por muitos contorcionismos nas cadeiras, a mistura de religiosidades, a loucura de um santo vivo, que é quase uma primadona. O que pode se chamar de “cultura tradicional” sendo invadida tanto por uma coisa norte-americana, mas principalmente pela coisa norte americana já deglutida pelos grandes centros, e que ao chegar nessas areas é tranformado de novo. A questão do incesto de novo, que parece ser o tema do momento. E tudo isso é apenas mostrado, o filme não tem uma intenção clara de ser explicativo, apenas expõe o decorrer de dois dias naquele lugar, sem buscar explicar o porque das coisas serem daquele jeito, como uma passagem de tempo e posições de camera diferentes das usuais.


Talvez amanhã irei novamente lá, assistir Pachamama. Vamos?


(texto sem revisão)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Filme B

Os roteirista da minha vida entraram em greve...

... e foram substituidos por roteiristas Bs.

Só pode.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Noites em claro

Saudades dos tempos em que passar a noite em claro era sinal de diversão das boas...

Agora nada mais é do que trabalho interminavel, executado a altas (over)doses de cafeína.

Fim de semestre, TPM e astrologia

Já ta na hora de postar aqui de novo neh?

Mas toda idéia de post logo perde a importância, seja pelas circunstâncias, ou simplesmente pela bipolaridade. Como de praxe, nada faz sentido por mais de cinco minutos seguidos (a não ser talvez a própria falta de sentido em si).

Os rascunhos dessas linhas estão sendo escritos na mesma pagina do Word onde deveria se materializar minha questão 2, da prova de FEB, para quinta feira, porém a tese de que ficar olhando fixamente para a folha em branco não faz com que ela se preencha está se provando verdadeira.

Não sei bem onde está o problema, talvez esteja na tensão de final de semestre, onde a correria é enorme, mas a monotonia intensa (se é que monotonia e intensidade não são conceitos contraditórios), provocando um stress frustrante. Talvez esteja nessa maldita TPM, com tendências autodestrutivas e autoboicotadoras, que esta produzindo o raro efeito de deixar a minha intuição afiada (como se eu quizesse saber certas coisas...), e o efeito já comum de produzir um pessimismo latente. Talvez os velhos problemas já tenham enjoado, e esteja na hora de encontrar novos para ocupar a mente. Ou talvez a culpa esteja no fato de eu ser aquáriana, com ascendente em libra, e que nesta quinzena Marte está em oposição ao meu sol natal (?). Ou talvez ele nem exista, e seja apenas uma criação maluca da minha cabeça entediada.

A tese da folha em branco foi parcialmente derrubada: ficar olhando fixamente para essa folha fez com que ela se preenchesse... Mas não acho que seja uma boa idéia entregar esse texto para a professora.

Ps: esse foi o típico post mimimimimi que me referi quando comecei esse blog.


Auto-retrato, com a proposta de utilizar angulos estranhos, deformadores.


Quer maior exemplo de autoboicote que postar essa foto?

sábado, 6 de junho de 2009

Seu Chico

Hoje fazem três anos da morte do meu avô.

Poderia aqui falar sobre o quão horrível foram seus últimos um ano e meio de vida, depois de uma série de incalculáveis derrames, e de o quanto todos que eram próximos sofreram com isso, divididos entre o egoísmo de querer que quem se ama continuasse conosco, mesmo quando para ele isso era um sacrifício muito grande, e o desejo de que ele não sofresse mais. Mas prefiro falar de como me lembro dele, e me recuso a guardar a imagem da sobrevida desse ultimo período.

Seu Chico teve cinco filhos e treze netos. Trabalhava todo dia da hora de abrir a mercearia para vender o pãozinho até a hora de fechar no inicio da noite, e no domingo de folga só ia descansar se fosse obrigado, sempre sonhou e batalhou pela expansão do seu comercio, que virou negocio familiar e realmente expandiu, apesar de ele não ter podido ver isso. Era completamente apaixonado pela minha vó, Dona Rose, lhe mandava flores em todo aniversario, e deve ser um dos poucos homens do seu tempo que tinha tal respeito pela esposa. Era teimoso e cabeça dura, do tipo que quando decidia fazer algo não havia cristo que convencesse do contrario. Diferente das demais pessoas da família e vizinhos, não era dado a fofocas, e nunca o vi julgando ninguém maldosamente. O único santista da família, admirador do Pelé, não era desses homens fanáticos por futebol. Fazia a barba todo santo dia, e usava Leite de Rosas após terminá-la, de tal forma que sempre que sinto esse cheiro me lembro dele. Era católico e tinha muita fé em Deus, mas nunca exigiu que eu lhe pedisse “benza”, alias me abençoava sem que eu pedisse. Cearense que migrou pra São Paulo, mesmo após 40 e tantos anos nunca deixou de ser cearense. Comerciante desde sempre, tinha grande habilidade com os números, o calculo rápido e de cabeça, a soma do valor das mercadorias e o troco a ser dado (habilidade que aprendi, com eficácia muito menor, no tempo em que trabalhei com ele). Os netos homens eram tratados de “caboclo macho”, e as únicas três meninas que conheceu foram princesinhas. Mudou para Caraguá nos anos 80, e progressivamente levou para lá toda a família, numa época em que nosso bairro nada mais era do que mato, e foi graças a sua atuação deixou de ser: sempre reivindicou melhorias para o local, água, luz, ponte, etc. Tanto que recentemente esse seu papel foi reconhecido, e a rua de sua mercearia recebeu o seu nome, fato que só tomei conhecimento ao me deparar com a placa (dispensável dizer o tamanho da emoção).


Porém a mais doce saudade não é de como me lembro dele (no fundo sabemos tão pouco dos que são mais velhos que nós), mas de como ele me via. Não esqueço um episodio em que estavam ele, meu tio e minha tia falando sobre as pessoas da família, ao chegar em mim ele disse “Ah, a Sara é um anjo de menina!”, meus tios riram e sacanearam, gostam muito de mim, mas me definir como “anjo de menina”, no mínimo, não era o termo apropriado. Mas meu vô manteve a opinião.

Eu só tenho a agradece-lo por me ver de forma tão bela, me desculpar por ter sido uma neta relapsa, me arrepender pelo tempo desperdiçado que não é mais possível recuperar, e dizer que tenho imenso orgulho de tê-lo tido como avô.

Saudades.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quem bate? É o frio.

Hoje deve ter sido o dia mais frio do ano até então (pelo menos assim eu o senti).
Se a dois meses atrás o edredom de outono saiu do armário, unindo-se ao fino lençol de verão, hoje é o dia de chamar o cobertor de inverno para com eles somar forças.

Hoje será dia de dormir quentinha e enroladinha.

Alias, enroladinha é a única semelhança entre eu a pessoa que está dormindo na minha calçada, em cima de folhas de jornal, com o corpo e cabeça cobertos por um misero lençol.
Do frio que reclamei o dia inteiro, a cada ventinho que batia, apenas porque reclamar do frio é uma das maneiras de curti-lo, esta pessoa sentirá de verdade, a noite inteira, sem cessar.

E eu estarei quentinha.

Sinto-me uma babaca por tolerar tudo isso, e completamente impotente por não poder fazer nada por quem sofre tão próximo de mim.


Ps: Sinto que não sei ter um blog, de repente me dá vontade de postar uma pá de coisa num dia só - mas esse eu tinha de escrever.

Notas e dicas

♥ Corrigi o gabarito da prova: sem esperança alguma de me tornar mais um macaco treinado.
(que situação trágica quando na vida a melhor coisa que poderia te acontecer já é uma merda)

♥Sexta aproveitei a ausência de conexão e de companhia para a festenha e li Christiane F. , 13 anos, drogada e prostituída, de uma sentada só.
Muito bom, com toda a tristeza de historias reais, onde nada termina bem, a mocinha não fica com o príncipe, e muito menos larga o vicio em heroína.
Vale a pena ler para parar de esperar que o mundo seja cor de rosa.

♥No clima drogas e vicio achei um blog realmente muito bom: Viciado Carioca.
O cara escreve uma série bem longuinha para contar os fatos que o levaram ao mundo das drogas e do vicio. Acabam sendo historias de curtição adolescente bem divertidas, sem pudor ou moralismo. Li os dois Arcos inteiros, e agora, como muitos leitores, espero ansiosamente a continuação do Arco três.

♥Para quem gosta de fotografia e putaria, a algum tempo achei uma entrevista dessa menina, Autumn Sonnichsen, na TPM, que me levou ao seu blog e portifólio. Simplesmente foda pra caralho.

♥Saiu o novo álbum do Nando Reis, Drês.
Já baixei, mas ainda não ouvi e estou ansiosa.
Fica-a-dica para quem está sem criatividade com trilhas sonoras para o novo amor. ;)

domingo, 31 de maio de 2009

As perguntas erradas

Hoje prestei o tal concurso para assistente administrativo da UFF

Correndo o risco de parecer presunçosa e, pior, me iludir, digo: achei essa prova bem babaca.
Explico: não é que eu ache que mandei benzão e tal, mas, assim como tenho muitas criticas ao vestibular, tive também com relação a essa prova.

A pergunta que não me sai da cabeça é que tipo de pessoa eles (o nosso Governo Federal) esta procurando para trabalhar. A mim parece uma busca por macacos treinados, que sejam capazes de apertar os botões certos, e pensar pouco.

Somente isso justifica perguntas do tipo "o Outlook funciona no modo offline?” “o que você faz se receber um e-mail com link de fonte desconhecida ou duvidosa?”, e etc.
Nada da medonha estatística e matemática, alias, não havia uma continha sequer. E, apesar de odiar tudo isso, acredito que saber somar dois mais dois tenha sua importância em um cargo administrativo.

Conhecimentos gerais (2/3 da prova) foi uma mistura de ideologia da administração e do serviço publico com questões para descobrir se as pessoas sabem ligar um computador e mexer em programinhas de escritório. As respostas eram vazias, estilo “democracia”, “ética”, nas quais se marca um quadradinho sem pensar duas vezes sobre o que realmente querem dizer esses conceitos, como qualquer macaco treinado que possa intuir que democracia parece uma resposta melhor do que tirania, e ética melhor do que corrupção.

O que deve ter pegado mais para a maioria dos participantes foi a parte de português: interpretação de texto e muita gramática. (Alias, um texto sobre a importância das mulheres na política, senti um gostinho forte de propaganda petista em cima da Dilma).

Da parte de interpretação não tenho o que reclamar, acho essencial. Mas agora gramática, enfim, sei que muitos discordam de mim, mas acho totalmente de menor relevância se o individuo sabe se tal palavra é com Ç ou SS, ou mesmo se a frase esta na voz ativa ou na voz passiva. Oras, se é para descobrir se as pessoas sabem realmente escrever duas linhas que seja de modo coerente (e parece que é, afinal um terço da prova foi disso) mande-as fazer um raio de redação! "Ah, mais isso deve aumentar demais o custo do concurso, melhor ficarmos com essas questões rasas."

Devo ainda falar da grande ironia-incongruência-hipocrisia que é uma Nação usar como critério para escolher seus funcionários conhecimentos que é responsável por ensinar na escola, e não ensinou.


Nada disso quer dizer que eu tenha ido bem, eu realmente não sei se devo chamar um Senador de Excelência, ou Eminência ou whatever, ou mesmo o nome que se dá a tal processo administrativo, etc. Muitas coisas ali eu não fazia a menor idéia, e acredito realmente que se quisermos um serviço publico um tantinho melhor, ninguém deveria saber.


Para não dizer que só eu que estou de mimimimi, o comentário de uns profs pra Folha Dirigida:
Professores: Eduardo Gnisci e Claudio Maciel
A prova aplicada teve um pequeno grau de dificuldade, com questões elaboradas a partir de fragmentos de textos da bibliografia apresentada, o que não estimula a capacidade de
raciocínio lógico e sistemático do candidato, explorando somente sua capacidade mecânica de "decorar" informações.

.Publicada no FDO (31/05/09)

(O gabarito extra oficial saiu, mas eu sai antes da hora de poder pegar a prova para conferir! :/ )

Concluindo

Inscrição de concurso publico: R$ 34,00
Relação candidato/vaga: 376/1

Conclusão: perdi trinta e quatro reais (e meu domingo).

sábado, 30 de maio de 2009

A saga do chuveiro queimado

O tal chuveiro tem sido tema tão recorrente neste blog que vai ganhar uma tag especial só para ele.

Fique você também tomando banho gelado por quase um mês e veja se consegue pensar em outra coisa.


Ps: Hoje sonhei que estava nas Lojas Americanas quando faltou luz, aproveitei o escurinho pra roubar um...(adivinha o quê?)...: CHUVEIRO.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Pensando bem...

...às vezes banho frio vem a calhar.





**Foto: Apenas a sombra mundana do que seria um chuveiro do tal plano das ideias**

terça-feira, 26 de maio de 2009

Nas mãos.

Na aula de sociologia, em uma pausa dos delírios bem vindos do professor, me distraio olhando para minha mão: nela diversos pontinhos coloridos (laranja, rosa, vermelho, roxo, verde...) das canetas que uso para grifar textos. Que menina estudiosa, quanta dedicação! Sinto-me orgulhosa.

Olho para a garota na mesa ao lado, na mão dela um bilhete para o namorado: “te amo”, coração, coração, coração...

Torno a olhar para a minha mão...
Que merda de mão!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Penitência II.

Após os noves dias de banho frio, e do conserto do chuveiro, foi a vez da internet me abandonar.
Quando estava refletindo sobre qual das duas privações era maior castigo, o acaso/azar/zica-do-caralho vem por fim as minhas indagações: o chuveiro queimou de novo. VDM.

Simulações.

Descaso que simula afeto,
Afeto que simula descaso.

Vai entender...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

E a Virada?

Este fim de semana teve a Virada Cultural em Caraguá, e como sexta foi aniversário da minha Mamis (beijo mãe!) matei dois pobres coelhinhos com uma cajadada só, inconsequentemente me bandeando para terras caiçaras.

Caraguá é um lugar engraçado, onde não muda nada mas fica diferente, muda tudo e continua igual.

Diferente porque nos meus tempos em um ano inteiro não tinha a quantidade de shows e peças boas que teve agora em um único fds, ainda mais de graça. Diferente também porque os rostos, para o bem e para o mal, não são mais os mesmos: a pirralhada de antes cresceu e tá na rua, quem tava na rua antes caiu fora pra bem longe a tempos.

Igual porque é impossivel deixar de notar as questões politicas que ocorrem por debaixo dos panos para que um evento desse porte ocorra, sem contar a descarada propaganda de politicos sem mérito. Igual porque cantadas que já eram imbecis a dez anos atrás (como o famigerado “posso te conhecer”) continuam firmes e fortes. E igual também porque os vidas-lokas ainda existem e, pior ainda, se proliferaram, andando por aí encarando os outros de tal forma que você não faz idéia se o individuo quer ter pegar, assaltar ou bater * medo *.

Apesar disso, o clima da Virada em si foi muito bom, uma galera bem diferente misturada e muitas familias, o que me deixou feliz de perceber que não são as pessoas que são alienadas a questões culturais, mas sim que há uma falta muito grande de investimentos nesse setor, quando há oportunidade as pessoas comparecem.

Mas vamos a Minha Virada:

Foi muito boa, vi praticamente tudo que queria, e ainda ganhei brindes maravilhosos e inesperados pelo caminho.
Numa noite de 15° e três blusas de frio, comecei com Funk como le gusta, que infelizmente chegei muito tarde e só vi três ou quatro musicas, mas dei a sorte de vê-los descendo do palco e tocando no meio da galera, muito foda.
A proxima foi uma bandinha muito ruim de Santos, eu e a Kel aproveitamos a pausa para encher a barriga e entrar de bicão numa cerimônia de casamento que tava rolando por lá: saímos na filmagem e ainda descolamos duas paradinhas de fazer bolhinhas de sabão :).
Depois veio Havana Brasil, musica cubana e um pouco de sambinha, utilizei toda a minha (falta de) habilidade em salsa, adquirida na tenta cubana no FSM.
Em seguida Brasov, inesperado pois não estava na programação que eu tinha visto, foi muito bom, pena que curto.
No intervalo conhecemos um maluco filosofo e muito gente boa, que se amarrou nas nossas bolhinhas de sabão, e era hilario pois não conseguia fazer nenhuma, tadinho.
Duas horas seguidas, frenéticas e exaustivas de Monobloco, de esquentar tanto a ponto de eu ficar com só uma das blusas e me arrepender por não estar com uma de alcinha. Nunca imaginei que sentiria um espirito tão carioca em Caraguá.
Pra mim aí já tinha dado a noite, meus pés já tinham ido pro espaço, mas ainda ia ter Hangar e a Kel queria vê-los, então o jeito foi voltar pra casa as cinco da manhã.

Dia seguinte...acordar, tomar banho e partir pra curtir a Virada, desta vez com a família completa.
Perdemos a peça do meio dia, vimos um pouco de Peneirei o Fubá, tava curtindo, mas meus pais quiseram ir pro teatro, onde rolou uma apresentação de dança em que os dançarinos usavam o próprio corpo, o chão do palco e coisas com sacos de supermercado para fazer o som, muito maneira, mas confesso que cochilei um pouquinho pra aliviar o cansaço.
Depois teve Monica Salmaso, a mulher tem uma voz fantástica, e os músicos dela também são fodas, fiquei triste (e morrendo de vergonha) de sair antes de acabar, mas não queria perder o encerramento com o Moveis.
Ah, o Moveis...
Galera, me apaixonei. Aquele vocalista é um fofo, parecia que tava cantando pra mim, e eu cantando de volta pra ele. Foi lindo, foda, me acabei de pular, dançar e cantar (a ponto de abrirem espaço a minha volta. ¬¬). E quando acabou foi triste demais ver meu novo-amor-de-cinco-minutos ir embora, como algo que nunca chegou a ser... :(

E foi assim, minha gente.
Tô cansada a beça, minhas pernas doem horrores, a voz tá falhando, a corda dos trabalhos da faculdade apertando cada vez mais o meu pescoço, e sei que vou ficar devendo sono por uns bons longos dias...
Mas não me arrependo nenhum pouquinho: valeu a pena.

(o maior post desse blog, fato)

Penitência.

Nove dias de banho gelado:
é de pagar qualquer pecado.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Carta de mim pra mim: resoluções de Maio-Novo

Querida,
já se passou muito tempo, chega de bancar a vitima, essa hora já foi.

Não se cabe mais a desculpa de que a sua vida está de pernas para o ar, de que você não consegue meios nem tempo de colocar ordem no caos, de que não sabe o que quer.
Chega de problemas inventados só para ter no que pensar, e obter novas desculpas para não viver a vida. Chega de atitudes não-tão-morais só pela alegria da imoralidade, somente para reconhecer a adrenalina e poder se acreditar viva.
Não adianta mais dizer que vê o mundo de uma forma que os outros não vêem, que possui valores diferentes e não entende do porque de tanta caretice.
O mundo não está nem aí pra isso, e está na hora de você estar no mundo.
Pois é beibe, o sonho acabou.
Mas sonhar apenas não basta, minha cara.

*Lembre-se das prioridades*

Com amor
Sara


(odeio quando eu tenho razão.)

terça-feira, 12 de maio de 2009

Da vadiagem.

Conversas muito explicativas do meu estilo de vida:

De lá: “Ele está tão desesperado por dinheiro que tá pensando até em trabalhar!”

De cá: “Até em trabalhar? Sério? Tadinho, a coisa deve tá mal mesmo...”

Afinal só se pensa em atitudes tão extremas após considerar opções melhores, como entrar para a vida do crime ou vender o corpitchu-bunito.

sábado, 9 de maio de 2009

Maldita culpa católica

Alias, quem inventou essa coisa de consciência?
Esse sim deveria perder o sono pensando em quanto sofrimento provocou pelo mundo a fora...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Falcatruagem

Muito blábláblá, para pouca coisa a dizer, sentados na sala de aula, entre o tédio e o interesse, ouvindo o que já descobrimos ser lorota, pura punhetação intelectual, que não consegue sequer chegar ao gozo. Enquanto isso, toda a vida se passa lá fora, e nós, que nos propusemos entender essa vida e esse mundo, aqui sentados, ouvindo lógicas abobrinhas desnecessarias, para inflar o ego de um individuo, que já é pra lá de inflado.

Mas tudo bem, final do semestre aquele notão bonito, para dar um up no C.R. e deixar todo mundo feliz, e assim sucessivamente, semestre após semestre... Somos todos uns babacas.


(por quê eu não tranquei?!POR QUÊ?)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Bizarrices desse cotidiano carioca

Tô com fome, e não tem nada comestível por aqui...
Tinha de ir na padaria, (“uma baguete, uma coca, e 100g de queijo prato”, me anteciparia o atendente).
Porem não parece uma boa idéia, uma vez que estou ouvindo uns tiros e gritaria aqui perto, já fazem meia hora, e ouvi a vizinha comentando sobre um movimento sinistro de motos na rua.

Mas tô com fome...
Droga.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Ingenuidade.

Muito falho esse conceito de amizade colorida,
Me iludo eu acreditando nessa parte de amizade.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

“Tolos apaixonados, mal sabem eles”

Num dia nublado ela está andando só pelo centro da cidade, para matar o tempo até a hora do corte de cabelo. Decide ir à praia ver o mar, aquele canto tão calmo bem no meio da cidade, que sempre foi seu preferido, é um bom lugar para se pensar na vida (como se ela já não fizesse isso o bastante).
Também é um lugar bem romântico. É inevitável se perguntar porque em tanto tempo nunca o levou até lá... Talvez, afinal, romantismo não combinasse com o relacionamento de amiguinhos deles.
Sentados em baixo de uma arvore ela vê um casal. Ele traça a linha do maxilar dela suavemente, roçando com o nariz e os lábios, ela sente um leve arrepio, os lábios chegam ao ouvido e perguntam “Você está mesmo apaixonada?”, junto com o frio na barriga ela sente o medo a invadir, será sensato se entregar agora, se jogar de cabeça, sem nenhuma rede de proteção? E se ela cair? Mas decide que está na hora de deixar de ser covarde e arriscar: num sussurro inseguro responde “Estou”. Ele continua passeando por seu maxilar e pescoço, em um tom levemente ríspido e quase cafajeste diz “Que bom”, o coração dela gela, a respiração suspende, outra vez ela se iludiu, e agora terá, mais uma vez, de recolher todos os pedaços sozinha. Ele encosta novamente os lábios em seu ouvido “Porque eu também estou”, ela enfim solta o ar que mal sentiu estar prendendo nos pulmões, e, sentindo-se derreter, abre o sorriso mais amplo e sincero dos últimos meses.
A garota solitária vendo a cena a certa distancia inveja e diz consigo mesma, como quem conhece o futuro “Tolos apaixonados, mal sabem eles”.



"Eu não vou chorar, você não vai chorar.
Ninguém precisa chorar, mais eu só posso te dizer por enquanto.
Que nessa linda história os diabos são anjos."
Nando reis

sábado, 25 de abril de 2009

O começo.

Primeiro post, o começo, o que será que vai ser isso? No que vai dar? Não sei.

O plano é ser um blog meu, onde eu poste o que estiver pensando no momento, meio diário, meio autobiográfico, como toda sinceridade que for conveniente, sobre a minha maneira de ver o mundo, a vida e esse tipo de coisa, sem pretensões de bilhões de comentários, ou algum reconhecimento de brilhantismo, até porque as coisas que normalmente eu penso não são boas para explicar o mundo, nem para entende-lo (apesar de por vezes arriscar alguma analise).

Temo que os texto aqui fiquem com ar deprê, como se fosse um ser a beira do suicídio, mas a questão é que felicidade não inspira, quando estou feliz não me dá vontade alguma de ficar pensando na vida e escrevendo. Felicidade se vive, tristeza se escreve. (Talvez por isso a idéia de criar um blog agora...)

E um blog precisa de um nome:
"Tem de dizer alguma coisa de mim. Tem de ser um substantivo, algo que define, que é o que é"
Oras, mas isso não tem muita a ver comigo, nem com a ideia que faço do que por ventura será esse blog. Portando: INSUBSTANTIVO, em oposição a substantivo, não em negação.
(no link com 2 n's, porque fiz merda na hora de fazer a conta :/)

Substantivo: Designativo da palavra que, exclusivamente e sem auxílio de outra, designa a substância; que designa um ser real ou metafísico. (Michaelis)
Insubstantivo: O que não é possivel se definir com uma única palavra, ou mais, aquilo que simplesmente é incapaz de se definir. (Mendonça, S.S.)


Pronto, comecei.

Beijos
:**