sábado, 21 de setembro de 2013

Manhã de sábado

A luz da manhã enche o quarto, o cheiro do café chega da cozinha. O lençol já foi esticado e as coisas postas no lugar.

O erro e a ausência ainda marcam presença. 

Mas, de certa forma, quando o dia recomeça, desperta mais uma vez com todas as suas pequenas e infinitas possibilidades, fica difícil não se dar conta do caráter transitório que perpassa todas as coisas. Seja a dor, a alegria, o prazer, seja o dia que começa e termina, só para começar novamente, pondo em marcha o velho e o que está por vir.

A mente está desperta, o corpo disposto.

Me sirvo mais uma xícara de café e compreendo: vai passar.

domingo, 9 de junho de 2013

Pequenas pragas

Que chova de repente,
joguem areia no sorvete,
prenda alface no seu dente.

Que não cometa pecado, 
solte a sola do sapato,
diarreia  em pleno feriado.

Que o motorista não pare no ponto,
lhe mintam o desconto,
e você caia no conto.

Que em vez de beijo, abraço,
não resolva nem com despacho,
e o seu celular caia no vaso.

Que a depilação empelote,
acredite que não pode,
sua mãe lhe dê calote.

Que o namorado seja viado,
perca aquele trocado,
e mofe o seu baseado.

E que por fim você perceba
que não era eu o problema
e nem existe isso de sorte.