segunda-feira, 29 de junho de 2009

Emaranhado

Disseram que eu não dou ponto sem nó.

Pode até ser...


Para mim estou menos para um costura bem feita

e mais para um novelo de lã emaranhado,

do tipo em que não se sabe onde começa e termina,

nem onde se encontra o fio da meada.

sábado, 27 de junho de 2009

Madonna, não me decepcione.

O assunto do momento: Michael Jackson morreu.

Tenho que admitir que fiquei decepcionada: morrer de ataque cardiaco? O que aconteceu com os grandes escandalos, o morrer jovem, overdoses, suicídios e AIDS? Marcas de pessoas que viveram e extrapolaram a vida muito mais do que os humildes mortais que não possuem meios de cometer esses excessos, esses sim morrem de ataque cardiaco, e usam os grandes idolos para amenizar sua monotonia.

MJ tinha tantas potencialidades e oportunidades, poderia ter morrido de uma redução nasal drastica, que o impediria de respirar, ou então clarear tanto a ponto de se tornar invisivel, ou até mesmo de ataque cardico, com o atenuante de que este ocorresse ao "dividir"a cama com 11 menininhos...Sei lá, são tantas oportunidades. Mas não, ataque cardiaco. ¬¬

Madonna, não me decepcione.


PS: Tá, parece que a causa do ataque cardiaco ainda não foi divulgada, talvez ainda haja esperança, afinal ela é a ultima que morre, até mesmo depois do MJ.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sessão dupla

Aproveitando o feriadinho niteroiense, peguei sessão dupla no CineArteUFF.

Primeiro: Che.

Gostei bastante, fui temendo que fosse um filme para acabar com a imagem do Che ou endeusa-lo demais, mais não foi nem um nem outro, o filme mostra um Che durão e as vezes seco, porém fragil devido a asma, sempre correto, justo e sério com seus ideais. É interessante ver como foi a vida dos guerrilheiros, a importancia que era dada a educação dos que estavam lutando (diga-se de passagem isso é mais focado no filme do que o proprio treinamento militar, o que sugere a intenção de mostrar mais o “lado positivo”), a relação dos combatentes com os camponeses, que propriciaram o apoio popular para que a revoluçao desse certo (e sem o qual fracassou em diversos lugares). O filme também não deixa de fazer uma critica pesada aos EUA, mostrando-o como culpado de muitos problemas cubanos, porém mostra que a intenção não é uma filiação automatica com a URSS, mas sim construir um pais livre. Enfim, bem bacana, e a continuaçao vem por aí.


Depois, A Festa da Menina Morta

Te falar: foi a estrela da noite.

O tipo de filme que no começo você não entende nada, depois se pergunta que raios está fazendo ali, de repende rola uma puta sacada legal, então uma cena te choca, e outra, e outra... Acontece um dialogo-monologo muito bom, parece que fez sentido, mas então muda de novo, e então acaba.

No final você sente que não entendeu nada, as luzes acendem e as pessoas se levam para ir embora em completo silencio. Será que gostaram, será que não? Nem eu sei bem, mas fato que voltei para casa pensando nele, em toda a relidade tradicional rural brasileira mostrada e que foi responsavel por muitos contorcionismos nas cadeiras, a mistura de religiosidades, a loucura de um santo vivo, que é quase uma primadona. O que pode se chamar de “cultura tradicional” sendo invadida tanto por uma coisa norte-americana, mas principalmente pela coisa norte americana já deglutida pelos grandes centros, e que ao chegar nessas areas é tranformado de novo. A questão do incesto de novo, que parece ser o tema do momento. E tudo isso é apenas mostrado, o filme não tem uma intenção clara de ser explicativo, apenas expõe o decorrer de dois dias naquele lugar, sem buscar explicar o porque das coisas serem daquele jeito, como uma passagem de tempo e posições de camera diferentes das usuais.


Talvez amanhã irei novamente lá, assistir Pachamama. Vamos?


(texto sem revisão)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Filme B

Os roteirista da minha vida entraram em greve...

... e foram substituidos por roteiristas Bs.

Só pode.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Noites em claro

Saudades dos tempos em que passar a noite em claro era sinal de diversão das boas...

Agora nada mais é do que trabalho interminavel, executado a altas (over)doses de cafeína.

Fim de semestre, TPM e astrologia

Já ta na hora de postar aqui de novo neh?

Mas toda idéia de post logo perde a importância, seja pelas circunstâncias, ou simplesmente pela bipolaridade. Como de praxe, nada faz sentido por mais de cinco minutos seguidos (a não ser talvez a própria falta de sentido em si).

Os rascunhos dessas linhas estão sendo escritos na mesma pagina do Word onde deveria se materializar minha questão 2, da prova de FEB, para quinta feira, porém a tese de que ficar olhando fixamente para a folha em branco não faz com que ela se preencha está se provando verdadeira.

Não sei bem onde está o problema, talvez esteja na tensão de final de semestre, onde a correria é enorme, mas a monotonia intensa (se é que monotonia e intensidade não são conceitos contraditórios), provocando um stress frustrante. Talvez esteja nessa maldita TPM, com tendências autodestrutivas e autoboicotadoras, que esta produzindo o raro efeito de deixar a minha intuição afiada (como se eu quizesse saber certas coisas...), e o efeito já comum de produzir um pessimismo latente. Talvez os velhos problemas já tenham enjoado, e esteja na hora de encontrar novos para ocupar a mente. Ou talvez a culpa esteja no fato de eu ser aquáriana, com ascendente em libra, e que nesta quinzena Marte está em oposição ao meu sol natal (?). Ou talvez ele nem exista, e seja apenas uma criação maluca da minha cabeça entediada.

A tese da folha em branco foi parcialmente derrubada: ficar olhando fixamente para essa folha fez com que ela se preenchesse... Mas não acho que seja uma boa idéia entregar esse texto para a professora.

Ps: esse foi o típico post mimimimimi que me referi quando comecei esse blog.


Auto-retrato, com a proposta de utilizar angulos estranhos, deformadores.


Quer maior exemplo de autoboicote que postar essa foto?

sábado, 6 de junho de 2009

Seu Chico

Hoje fazem três anos da morte do meu avô.

Poderia aqui falar sobre o quão horrível foram seus últimos um ano e meio de vida, depois de uma série de incalculáveis derrames, e de o quanto todos que eram próximos sofreram com isso, divididos entre o egoísmo de querer que quem se ama continuasse conosco, mesmo quando para ele isso era um sacrifício muito grande, e o desejo de que ele não sofresse mais. Mas prefiro falar de como me lembro dele, e me recuso a guardar a imagem da sobrevida desse ultimo período.

Seu Chico teve cinco filhos e treze netos. Trabalhava todo dia da hora de abrir a mercearia para vender o pãozinho até a hora de fechar no inicio da noite, e no domingo de folga só ia descansar se fosse obrigado, sempre sonhou e batalhou pela expansão do seu comercio, que virou negocio familiar e realmente expandiu, apesar de ele não ter podido ver isso. Era completamente apaixonado pela minha vó, Dona Rose, lhe mandava flores em todo aniversario, e deve ser um dos poucos homens do seu tempo que tinha tal respeito pela esposa. Era teimoso e cabeça dura, do tipo que quando decidia fazer algo não havia cristo que convencesse do contrario. Diferente das demais pessoas da família e vizinhos, não era dado a fofocas, e nunca o vi julgando ninguém maldosamente. O único santista da família, admirador do Pelé, não era desses homens fanáticos por futebol. Fazia a barba todo santo dia, e usava Leite de Rosas após terminá-la, de tal forma que sempre que sinto esse cheiro me lembro dele. Era católico e tinha muita fé em Deus, mas nunca exigiu que eu lhe pedisse “benza”, alias me abençoava sem que eu pedisse. Cearense que migrou pra São Paulo, mesmo após 40 e tantos anos nunca deixou de ser cearense. Comerciante desde sempre, tinha grande habilidade com os números, o calculo rápido e de cabeça, a soma do valor das mercadorias e o troco a ser dado (habilidade que aprendi, com eficácia muito menor, no tempo em que trabalhei com ele). Os netos homens eram tratados de “caboclo macho”, e as únicas três meninas que conheceu foram princesinhas. Mudou para Caraguá nos anos 80, e progressivamente levou para lá toda a família, numa época em que nosso bairro nada mais era do que mato, e foi graças a sua atuação deixou de ser: sempre reivindicou melhorias para o local, água, luz, ponte, etc. Tanto que recentemente esse seu papel foi reconhecido, e a rua de sua mercearia recebeu o seu nome, fato que só tomei conhecimento ao me deparar com a placa (dispensável dizer o tamanho da emoção).


Porém a mais doce saudade não é de como me lembro dele (no fundo sabemos tão pouco dos que são mais velhos que nós), mas de como ele me via. Não esqueço um episodio em que estavam ele, meu tio e minha tia falando sobre as pessoas da família, ao chegar em mim ele disse “Ah, a Sara é um anjo de menina!”, meus tios riram e sacanearam, gostam muito de mim, mas me definir como “anjo de menina”, no mínimo, não era o termo apropriado. Mas meu vô manteve a opinião.

Eu só tenho a agradece-lo por me ver de forma tão bela, me desculpar por ter sido uma neta relapsa, me arrepender pelo tempo desperdiçado que não é mais possível recuperar, e dizer que tenho imenso orgulho de tê-lo tido como avô.

Saudades.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quem bate? É o frio.

Hoje deve ter sido o dia mais frio do ano até então (pelo menos assim eu o senti).
Se a dois meses atrás o edredom de outono saiu do armário, unindo-se ao fino lençol de verão, hoje é o dia de chamar o cobertor de inverno para com eles somar forças.

Hoje será dia de dormir quentinha e enroladinha.

Alias, enroladinha é a única semelhança entre eu a pessoa que está dormindo na minha calçada, em cima de folhas de jornal, com o corpo e cabeça cobertos por um misero lençol.
Do frio que reclamei o dia inteiro, a cada ventinho que batia, apenas porque reclamar do frio é uma das maneiras de curti-lo, esta pessoa sentirá de verdade, a noite inteira, sem cessar.

E eu estarei quentinha.

Sinto-me uma babaca por tolerar tudo isso, e completamente impotente por não poder fazer nada por quem sofre tão próximo de mim.


Ps: Sinto que não sei ter um blog, de repente me dá vontade de postar uma pá de coisa num dia só - mas esse eu tinha de escrever.

Notas e dicas

♥ Corrigi o gabarito da prova: sem esperança alguma de me tornar mais um macaco treinado.
(que situação trágica quando na vida a melhor coisa que poderia te acontecer já é uma merda)

♥Sexta aproveitei a ausência de conexão e de companhia para a festenha e li Christiane F. , 13 anos, drogada e prostituída, de uma sentada só.
Muito bom, com toda a tristeza de historias reais, onde nada termina bem, a mocinha não fica com o príncipe, e muito menos larga o vicio em heroína.
Vale a pena ler para parar de esperar que o mundo seja cor de rosa.

♥No clima drogas e vicio achei um blog realmente muito bom: Viciado Carioca.
O cara escreve uma série bem longuinha para contar os fatos que o levaram ao mundo das drogas e do vicio. Acabam sendo historias de curtição adolescente bem divertidas, sem pudor ou moralismo. Li os dois Arcos inteiros, e agora, como muitos leitores, espero ansiosamente a continuação do Arco três.

♥Para quem gosta de fotografia e putaria, a algum tempo achei uma entrevista dessa menina, Autumn Sonnichsen, na TPM, que me levou ao seu blog e portifólio. Simplesmente foda pra caralho.

♥Saiu o novo álbum do Nando Reis, Drês.
Já baixei, mas ainda não ouvi e estou ansiosa.
Fica-a-dica para quem está sem criatividade com trilhas sonoras para o novo amor. ;)