quarta-feira, 29 de abril de 2009

“Tolos apaixonados, mal sabem eles”

Num dia nublado ela está andando só pelo centro da cidade, para matar o tempo até a hora do corte de cabelo. Decide ir à praia ver o mar, aquele canto tão calmo bem no meio da cidade, que sempre foi seu preferido, é um bom lugar para se pensar na vida (como se ela já não fizesse isso o bastante).
Também é um lugar bem romântico. É inevitável se perguntar porque em tanto tempo nunca o levou até lá... Talvez, afinal, romantismo não combinasse com o relacionamento de amiguinhos deles.
Sentados em baixo de uma arvore ela vê um casal. Ele traça a linha do maxilar dela suavemente, roçando com o nariz e os lábios, ela sente um leve arrepio, os lábios chegam ao ouvido e perguntam “Você está mesmo apaixonada?”, junto com o frio na barriga ela sente o medo a invadir, será sensato se entregar agora, se jogar de cabeça, sem nenhuma rede de proteção? E se ela cair? Mas decide que está na hora de deixar de ser covarde e arriscar: num sussurro inseguro responde “Estou”. Ele continua passeando por seu maxilar e pescoço, em um tom levemente ríspido e quase cafajeste diz “Que bom”, o coração dela gela, a respiração suspende, outra vez ela se iludiu, e agora terá, mais uma vez, de recolher todos os pedaços sozinha. Ele encosta novamente os lábios em seu ouvido “Porque eu também estou”, ela enfim solta o ar que mal sentiu estar prendendo nos pulmões, e, sentindo-se derreter, abre o sorriso mais amplo e sincero dos últimos meses.
A garota solitária vendo a cena a certa distancia inveja e diz consigo mesma, como quem conhece o futuro “Tolos apaixonados, mal sabem eles”.



"Eu não vou chorar, você não vai chorar.
Ninguém precisa chorar, mais eu só posso te dizer por enquanto.
Que nessa linda história os diabos são anjos."
Nando reis

sábado, 25 de abril de 2009

O começo.

Primeiro post, o começo, o que será que vai ser isso? No que vai dar? Não sei.

O plano é ser um blog meu, onde eu poste o que estiver pensando no momento, meio diário, meio autobiográfico, como toda sinceridade que for conveniente, sobre a minha maneira de ver o mundo, a vida e esse tipo de coisa, sem pretensões de bilhões de comentários, ou algum reconhecimento de brilhantismo, até porque as coisas que normalmente eu penso não são boas para explicar o mundo, nem para entende-lo (apesar de por vezes arriscar alguma analise).

Temo que os texto aqui fiquem com ar deprê, como se fosse um ser a beira do suicídio, mas a questão é que felicidade não inspira, quando estou feliz não me dá vontade alguma de ficar pensando na vida e escrevendo. Felicidade se vive, tristeza se escreve. (Talvez por isso a idéia de criar um blog agora...)

E um blog precisa de um nome:
"Tem de dizer alguma coisa de mim. Tem de ser um substantivo, algo que define, que é o que é"
Oras, mas isso não tem muita a ver comigo, nem com a ideia que faço do que por ventura será esse blog. Portando: INSUBSTANTIVO, em oposição a substantivo, não em negação.
(no link com 2 n's, porque fiz merda na hora de fazer a conta :/)

Substantivo: Designativo da palavra que, exclusivamente e sem auxílio de outra, designa a substância; que designa um ser real ou metafísico. (Michaelis)
Insubstantivo: O que não é possivel se definir com uma única palavra, ou mais, aquilo que simplesmente é incapaz de se definir. (Mendonça, S.S.)


Pronto, comecei.

Beijos
:**