terça-feira, 5 de abril de 2011

Ausência

Eu tinha um texto.
Um retrato repleto de uma noite de chuva desesperançosa.
Cinco dias depois a chuva me encharcou, mas não fez diferença.
Por algum motivo a perspectiva mudou.
Entender para quê?

Já que está escrito, segue, uma novidade nem tão antiga no tempo, mas distante no ser.

31/03/11

Hoje não tem lua, hoje só tem chuva.
Tédio não é mais a palavra, o que há é só a ausência, uma ausência tremenda, ausência de mim mesma, ausência da vida que deveria ter sido e não pode ser, a vida que retorna a bater na minha porta, como quem diz não saber porque foi embora. Mas ela já não era minha aquele tempo, ela permanece ausente em mim mesma, não é possível retomar o sonho após despertar.
Não há mais lágrimas, elas sumiram junto com o sonho. Não há mais verdades, não há mais mentiras, elas seriam muito reais, muito vivas. Nessa ausência de tudo a única realidade é a ausência.

Oh beibe, isso não é a Matrix!
Não há pílula nenhuma, azul ou vermelha, que você possa me oferecer para alienar essa realidade latente.


(Tomei uma pilula verde, let it be.)

terça-feira, 1 de março de 2011

Liberdade às avessas

Tudo é permitido:
Beijar, morder, arranhar, gemer, falar, apertar.

Só o frio na barriga é proibido.



(03/09/10)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Saudade estranha, chata.
Não sei de quê.
Do que já vivi?
Do que ficou?
Do velho?
Do novo inventado em historias para dormir de gente pequena que já deveria ser grande?

Medo de que o velho não tenha espaço no novo real, esse que não é inventado, mas que vem e te leva, atropela, sem que se dê conta e possa pedir por socorro.
Medo de que tudo seja mais do mesmo.
Medo de que o mesmo não tenha lugar no novo.
Medo de o bom velho me abandonar de tal forma que só reste esse estranho novo.